Na sociedade moderna a desestruturação das famílias tal como as conhecíamos é uma realidade cada vez mais recorrente. Como tal, esta realidade terá consequências na sociedade que teremos no futuro e é por isso importante agir sobretudo nas consequências psicológicas que terá naqueles que serão os mais afetados. Aqui há que distinguir três idades: bebés, crianças e adolescentes. As consequências não serão as mesmas para estes três escalões etários embora sejam negativas para todos. Os bebés poderão ganhar consciência com uma outra realidade já consolidada no entanto é provável que os efeitos da ausência, mesmo que sazonal se venha a manifestar mais tarde. No caso do escalão etário da criança, a separação tem em geral um efeito devastador não sendo raro que esta canalize toda essa frustração num aumento da violência na sua vida social. O mesmo se passa com o adolescente sendo que este atravessa uma idade em cuja presença de referências é de uma importância crucial. O seu comportamento inconstante e de afirmação pode ser potenciado e atingir níveis indesejados como reação à ausência afetiva constante.
Uma situação de divórcio potencia para além do aumento da tensão do casal em questão, o aumento das tensões familiares que prejudica o desenvolvimento dos filhos que se veem no meio de um turbilhão de emoções. Por outro lado as suas ligações sociais são na sua grande maioria quebradas ou redimensionadas, como por exemplo o tempo que passam com avós. Tudo isto pode ser agravado por uma diminuição do rendimento familiar.
Um acompanhamento ao nível psicológico pode de facto ser aconselhável e permitir mitigar todas as consequências prejudiciais ao desenvolvimento da criança.
Por outro lado é igualmente importante o acompanhamento dos progenitores ou pelo menos o esclarecimento relativamente ao que é aconselhado ou não na sua relação futura com os seus filhos para que estes possam ter um desenvolvimento tão positivo quanto possível.
Cabe pois aqui o papel principal ao psicólogo que acompanhará o processo que deve ter em conta o superior interesse da criança que deve prevalecer sobre qualquer outro tipo de interesse e deve apresentar um relatório que deve ser descritivo e interpretativo com uma linguagem clara e objetiva.